quarta-feira, 26 de julho de 2017

Osmose 88


Naquele pequeno e rectangular baldio, outrabandista, habituei-me a ver, desde os anos 90, alguns reformados (?) a jogar, durante a semana e de tarde, prolongadas partidas da malha, ou de chinquilho - numa sua variante, como se diz no Norte. Aos fins-de-semana, sobretudo no Estio, juntava-se-lhes um pequeno grupo de jovens, que alegravam estes jogos populares e tradicionais, com o seu entusiasmo adolescente.
Por discreta mas firme vontade, que porventura a cor política autárquica ajudou, veio a construir-se, pouco a pouco e já no século XXI, um modesto mas bonito e moderno, até pela sua claridade arquitectónica, Centro Recreativo e Cultural, neste bairro da margem Sul. Confronta, a Leste, com vivendas de quintais cheios de rosas, buganvílias, aloendros e árvores de citrinos; a Norte, com uma pequena arriba e um verde pinhal.
A esplanada, ampla, é protegida por uma pala aerodinâmica inspirada nas de Siza Vieira, mas não tão ousada. E, com atenta sensibilidade aos moradores do bairro, conservaram, do baldio, um espaço suficiente para que a malha ou chinquilho continuassem a poder ser praticados. O local permanece agradável, tranquilo e acolhedor pelo seu equilíbrio (quase diria, encantador) natural.
Ultimamente, temos ido lá almoçar algumas vezes. Para lá do Café-restaurante, de preços módicos e cozinha bem confeccionada, o Centro Recreativo e Cultural tem também uma pequena biblioteca que eu, por simpatia e estima, tenho ajudado a aumentar, solidariamente. Até hoje, totalizam 9 os livros que lá entreguei. Policiais, ficção, ensaio ligeiro, divulgação histórica. E assim me vou sentindo parte dele...

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