segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Curiosidades 66


É conhecida a atenção e o respeito que, normalmente, os ingleses têm pelos animais, sobretudo pelos de estimação. Mas também há fenómenos colectivos de muito difícil explicação, projectados por circunstâncias, talvez, de pânico colectivo ou de contaminação psicológica, quase irracional.
O penúltimo TLS (nº 5973) refere que, na primeira semana da II Grande Guerra, em 1939, sobretudo em Londres, houve um massacre, através da eutanásia provocada pelos donos, de cerca de 400.000 cães e gatos, o que representava 1/4 da população destes animais domésticos, na capital inglesa.



O facto não se deveu a nenhuma disposição legal do governo da altura e também nem sequer tinham ainda começado os horrores dos bombardeamentos nazis da Blitzkrieg. O mistério desta acção colectiva dos londrinos persiste. Em sentido contrário, contavam-se os casos do embaixador alemão Ribbentrop que, ao deixar a Inglaterra, abandonou o seu cão, e do embaixador inglês Neville Henderson que, ao abandonar Berlim, trouxe consigo o seu cão Hippy, de estimação - tendo sido destacado o facto, elogiosamente, na imprensa britânica da época, até pelo contraste.



O massacre dos cães e gatos londrinos, de que falámos acima, embora assistido por elas, não contou com a aceitação das autoridades veterinárias britânicas, que se limitaram a um acompanhamento caridoso, para que esses animais domésticos não sofressem com a eutanásia. E sabe-se que muitos dos animais sobreviventes foram, posteriormente, uma ajuda preciosa na descoberta dos seus donos, soterrados após os bombardeamentos, sendo até alguns deles condecorados, depois.

2 comentários:

  1. Que coisa horrível. Até custa acreditar.
    O homem consegue ter atitudes completamente selvagens.
    Boa noite.

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    1. Há várias tentativas pífias para explicar este "holocausto", mas nenhuma me convence cabalmente.
      Uma boa noite, também!

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