terça-feira, 3 de outubro de 2017

Pinacoteca Pessoal 129


Aos que nos estão mais próximos, muitas vezes, nem damos por eles.
E eu nunca me lembrei de  incluir o artista francês nesta pessoal temática de Pintura.
Henri Matisse (1869-1954), a quem eu me referia,  dizia que um quadro era uma lenta deliberação.
Os vários retratos da sua filha Marguerite têm atenuantes compreensivas e afectuosas para as suas  experiências e a justificação da sua reflectida tirada, até pelo acompanhamento das diversas idades da sua descendente. Mas penso que ele se referia a cada um dos quadros, em si, fosse qual fosse o motivo que desse origem ao acto da criação.



No entanto, os cerca de 50 esquissos, que fez, sobre a italiana Laurette (ou Lorette), para além das várias telas que a têm como motivo, comprovam indiscutivelmente a sua afirmação, de experiência feita. Na elaboração pictórica de um mesmo rosto, através das suas múltiplas perspectivas. E também idades e momentos próprios. Do pintor e do modelo.
Não disse o crítico de arte Andrew Forge (1923-2002):... porque uma paisagem por Van Gogh ou uma natureza morta são também um auto-retrato ?



Informa-nos o TLS (nº 5972) que, na Royal Academy of Arts (Londres), estará patente uma exposição de Henri Matisse, até 12 de Novembro de 2017, subordinada ao tema: Matisse in the Studio. Apesar do preço de ingresso ser exorbitante (17 libras inglesas), penso que não irei perdê-la...



Nota: o retrato de Matisse, que encima este poste é da autoria do seu amigo André Derain (1880-1954).  

6 comentários:

  1. Gosto muito de Matisse. É mesmo de não perder esta oportunidade.
    A entrada é cara, mas não imagino os custos de transporte e seguros que uma exposição destas comporta. Ou talvez imagine.
    Bom dia!

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    1. Pois é...
      Mas será de concluir que a Inglaterra tem, da cultura, um ponto de vista altamente elitista e financeiro.
      Apesar das atenuantes que se possam invocar.
      Bom dia!

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  2. Dá mesmo vontade de pôr os pés ao caminho. Belissimos!
    Bom dia

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    1. É verdade. E lá irei esportular as 17 libras...
      Bom dia!

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  3. Muito interessante, gosto muito de Matisse. Segundo Diogo de Macedo, Columbano terá dito: «a gente se retrata em tudo o que faz! … Passamos a vida a confessar-nos … não acha?» Boa tarde!

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    1. Não será assim tão grande a diferença entre um ficcionista e um pintor, que deixam sempre algum traço de si, nas suas obras. Como Columbano disse, na citação que a Margarida referiu, e eu não conhecia.
      Boa noite!

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