domingo, 11 de fevereiro de 2018

Representar


Com o tempo fui cada vez mais apreciando desempenhos (em teatro ou cinema) neutros e/ou naturais, sem excessos nem esgares, sem gesticulação desarticulada, num registo equilibrado que se aproxima muito da escola de representação britânica: Guinness, Jacobi, frequentemente Finney, mas nem sempre...
Por razões muito secundárias pesquisei, recentemente, a biografia do actor norte-americano, já centenário, Kirk Douglas (2016). A Wikipédia derrama-se-lhe em elogios, quanto a mim infundados: "(Kirk) Douglas é amplamente considerado um dos melhores atores da história do cinema. ..."
Se ainda hoje suporto o cabotinismo (cínico) de Jack Nicholson, porque me compensa de outras formas, e já me entusiasmei, na adolescência, pelos desempenhos de Ulisses, Spartacus e de Van Gogh, personificados por Kirk Douglas, hoje, dificilmente os toleraria, pelo seu registo primário.
Mas até sou capaz de perceber a simpatia e caridade palavrosa da Wikipédia, que ainda vai na juventude (com os seus 17 aninhos), e ainda não desenvolveu, convenientemente, o seu sentido crítico. E louvo o seu respeito e veneração pela velhice consagrada...

6 comentários:

  1. Um ator que eu nunca apreciei muito, mas que, quanto a mim, melhorou com a idade.
    Jack Nicholson é sempre igual a ele próprio.
    Bom dia!

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  2. Confesso que só recentemente consegui rever completo o "Ulisses" protagonizado pelo Kirk Douglas, fruto de aos 7 anos me ter sido barrada a entrada no Chiado Terrasse e só ter conseguido entrar na sala com cerca de vinte minutos de filme já exibidos (o filme era para maiores de 12). Mas gosto bastante do actor e após ter lido a sua auto-biografia "The Ragman's Son", fiquei a conhecer um pouco mais da sua caminhada pelo vida e no universo da Sétima Arte."Horizontes de Glória" e "Cativos do Mal" são os meus filmes preferidos entre muitos.
    Muito boa tarde!

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    1. Creio ter visto o filme no ano da sua exibição em Portugal (1957?) e ainda me recordo de Silvana Mangano, no alto da sua beleza, ter feito o duplo papel de Penélope e de Circe.
      Bom final de feriado de Carnaval!

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  3. Os estilos de representação dos actores tem mudado
    muito ao longo dos anos o que considero natural.
    Eu quando era pequena e ia ao cinema com o meu pai
    adorava o Danny Kaye. Acho que era divertido e
    tocava e cantava, o que decerto me agradava.

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    1. Em relação a actores cómicos, na minha adolescência, apreciava muitos: Cantinflas, Jerry Lewis, Fernandel e também Danny Kaye... Mais tarde, Tati.
      Hoje, em filmes que não sejam comédias, vou mais pelas representações discretas, de pouco exibicionismo.

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